Existem muitos tipos de regimes tributários diferentes no Brasil. Por isso, é importante saber exatamente qual deles escolher para a sua empresa, de modo a não pagar mais impostos que o necessário. É nesse cenário que entra em cena o Lucro Real.
Esse é o regime tributário com os requisitos mais amplos do país. Por causa disso, costuma ser considerado como o sistema menos vantajoso. Basicamente, muitos acreditam que, por ser o sistema mais usado por empresas de faturamento muito alto, ele não é vantajoso para nenhum outro negócio.
No entanto, as coisas não funcionam exatamente assim. De fato, para muitas pequenas empresas, o melhor sistema é o Simples Nacional. No entanto, para tantos outros negócios, o Lucro Real pode ser uma boa opção.
Quer saber se é o seu caso? Então siga a leitura do artigo abaixo!
O que é o Lucro Real?
O Lucro Real é um dos muitos sistemas tributários que existem no Brasil. Como o seu nome indica, ele é um sistema cuja tributação é feita em cima do lucro verdadeiramente auferido pela empresa em questão. Essa distinção é importante pois existe um outro regime, o Lucro Presumido, em que os impostos caem sobre uma projeção de lucro que o negócio terá.
A grande diferença entre os dois regimes é que no Lucro Presumido, as margens de impostos são mais ou menos definidas. Na prestação de serviços, a taxa é de 32%, enquanto na atividade comercial é de 8%. Já no Lucro Real, o tributo é calculado em cima do lucro real e, por essa razão, pode ser uma opção mais vantajosa (especialmente para prestadores de serviços).
Quais as suas características básicas?
Para aderir ao Lucro Real, é necessário atender a certos requisitos. Na verdade, esse regime é considerado o “regime básico” da economia, mesmo não sendo o mais utilizado. Os outros sistemas tributários (como o MEI, Simples Nacional, Inova Simples ou o Lucro Presumido) se comportam como recortes de exceção. As empresas que não se encaixam em nenhum deles cai automaticamente dentro do Lucro Real.
Além delas, devem se encaixar no Lucro Real os seguintes negócios:
- empresas com receita bruta acima de R$78 milhões anuais, segundo a lei nº12.814;
- empresas do mercado financeiro (bancos, corretoras, empresas de seguros privados, etc.);
- negócios que tiveram lucros, ganhos de capital ou rendimentos vindos do exterior;
- empresas que façam factoring;
- negócios que usem certos incentivos fiscais federais.
Como saber se o Lucro Real é o melhor para você?
Ok, agora que já definimos bem o que é o Lucro Real, é hora de descobrir se esse regime é ou não o melhor para você. Como podemos fazer isso?
O primeiro passo a ser analisado é o pagamento do PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) que sua empresa deverá fazer. Tanto o Lucro Presumido quanto o Real devem pagar esses tributos, com diferenças de alíquotas e possibilidade de deduzir despesas dessas contribuições.
No Lucro Presumido, as alíquotas de pagamento são de 0,65% e 3% para PIS e Cofins, respectivamente. os tributos são pagos em cima do valor de receita bruta da empresa e não é permitido fazer nenhuma dedução (com exceção de vendas canceladas, abatimentos ou devoluções).
Já com empresas do Lucro Real, o percentual dos impostos mais do que dobra (1,65% e 7,60%, respectivamente. No entanto, a empresa pode deduzir despesas dessas contribuições. Dentre os itens dedutíveis estão aluguéis pagos, insumos de produção, leasing e depreciação de máquinas. Assim, vale a pena analisar bem os seus gastos e ver qual opção é a melhor para você.
O segundo aspecto a analisar é a tributação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e, claro, o IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica). Nesse caso, o sistema é um pouco diferente. No Lucro Presumido, a Receita Federal determina percentuais de lucro presumido para cada tipo de atividade (normalmente, indústrias e comércios usam 8% de IRPJ e 12% de CSLL, com algumas exceções). Já no Real, o lucro auferido é o real.
Funciona assim:
No Lucro Presumido, usa-se os percentuais da Receita Federal sobre o faturamento bruto da empresa para achar um lucro presumido. Então, calculamos o imposto em cima disso.
Por exemplo, suponha que a empresa venda um produto que custe R$400,00 para ela, mas cujo valor de venda seja de R$1.800,00. Nesse caso, os impostos sobre cada unidade seriam:
- IRPJ: R$1.800,00 X 8% (lucro presumido definido pela Receita) = R$144,00 * 15% (alíquota do IRPJ) = R$21,60 de imposto;
- CSLL: R$1.800,00 x 12% = R$216,00 X 9% (alíquota da CSLL) = R$19,44.
No total, cada produto da empresa no Lucro Presumido teria R$41,04 de impostos cobrados.
Já no Lucro Real toda essa conta é feita sobre as margens reais da empresa. Por isso, o mesmo exemplo ficaria assim:
- Lucro do produto = R$1.800,00 – R$400,00 = R$1.400.
- IRPJ: R$1.400,00 X 15% = R$210,00;
- CSLL: R$1.400 x 9% = R$126,00.
Portanto, o total de impostos pagos nesse exemplo seria de R$336,00. Nesse caso, o melhor sistema seria o Lucro Presumido.
É importante ter em mente que empresas que contam com margens de lucro maiores, normalmente se dão melhor com o Lucro Presumido. Já os negócios com margens menores costumam ter mais vantagens no Lucro Real.
No entanto, para saber com exatidão qual é o melhor sistema para você, é importante ter uma equipe de consultoria ao seu lado para poder fazer todas as contas e entender o contexto específico da sua empresa.
Além desse cálculo com os impostos, existem outros fatores a serem levados em conta. Exemplos disso são a facilidade para preencher as declarações, as exigências do governo e possibilidade de incentivos fiscais.
Somente assim é possível dizer com certeza qual o melhor regime tributário e se o Lucro Real é uma boa opção.
Quer saber qual é a alternativa mais lucrativa para você? Então entre em contato com o nosso time agora mesmo e saiba como podemos ajudar!
1 Comment
Tributação para infoprodutos: conheça as principais - RR Soluções
janeiro 2023 at 08:46 am
[…] último, e não menos importante, temos o lucro real, um tributo para aquelas empresas cujo faturamento ultrapassa os R$ 78 milhões ao ano. Contudo, os […]